Sem reescritura, sem revisão. Apenas ensaios da vida.
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Mesmo olhando em direções diferentes, pergunta: "Você realmente acha que ali ficaria melhor?". De nada adianta, o quadro sempre fica no local ideal para a visita.
Teus seios são sonhos, obra acabada, traços polidos, preenchimento perfeito entre o côncavo e os dedos. Marcas sem tinta ou cores, canção dos Tamoios, impulso, extensão de desejos, nota perfeita de gozo.
Poderia ter sido da forma mais simples, eu vendo você dançar. Quem sabe dentro do avião, você indo tentar a sorte fora e eu procurando um pouco de alguma coisa que não sabia que faltava. Na faculdade de artes, na filas. No embalos da sua tristeza rente à rua filmando sua sombra, talvez tivesse sido quem te aplaudia em te ver apresentar Guimarães, a pessoa a te ver em silêncio no metrô, alguém a te fotografar na praça no instante em que você chorava por saber da sonhada conquista. Mas não nos conhecemos, você se foi, e em mim algo de incompleto permaneceu.
Encerrar o anseio por mais uma vez encontrar alguém é quase desejar a própria nostalgia do passado perfeito, é contar, reviver, mentir. Era o tempo de meias tardes, as mesas todas ornamentadas, a música convidativa. Ela em um gesto, que antecipava ao sim, deslisava leve em direção de alguém que nunca imaginaria o que tudo aquilo poderia se transformar. A primeira e única dança, forma perfeita de aproximação e despedida. A euforia de todos nada seria se comparadas à sua. A angústia, preço das possibilidades de escolha, tomava-o como alguém que aguarda algo que não lhe é possível. As conversas sem jeito, os olhares atravessados, o toque. Nada que ali acontecesse, que não ela, poderia de alguma forma destacar-se aos seus sentidos, estava inerte ao mundo e atento aos cheiros, sons e beleza de uma única pessoa. Não houve passar de tempo, existiu apenas o fim da festa. O desespero de que tudo terminasse ali, a im...
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