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Mostrando postagens de fevereiro 24, 2010

Antes dos dois-pontos

Há que se admirar o seu belo trabalho. Em plena madrugada, cansada da forma de arrumar sua sala, buscava algo que a satisfizesse. A necessidade de reorganizar os móveis, talvez a moldura do quadro, a cor das paredes, talvez a forma dos protetores das lâmpadas. Tudo fazia com que acreditasse que algo poderia ser feito, e acredite, não era a primeira vez que ela fazia aquilo. Sentou à janela, pensou, imaginou as outras, ou as infinitas formas, de arrumar sua sala e decidiu deixar como estava. Talvez porque já fosse tarde, afinal, passava das 3, ou talvez por saber que não conseguiria arrastar tantos móveis, pintar todas as paredes ou quem sabe desproteger a luz. Segurou por um momento a quina da mesa, puxou para próxima de si, traçou alguns rabiscos, e ali imaginou como bela ficaria sua sala, novamente, achou melhor deixar apenas no papel, como ela mesma costumava dizer: - o real nunca sai como planejamos. Como isso seria possível? Como imaginar algo que não pode ser real? Como construir