Postagens

Mostrando postagens de março 17, 2010

Após o terceiro andar

Os pés ao chão, o centro da cama, as mãos no rosto, o pensamento perdido. Tudo parecia familiar: o ambiente, os traços visíveis de seu rosto, o longo cabelo. Nada mudara. Seu cheiro, o ar de preocupação, a boca marcada por seus traços perfeitos. Mesmo distante, conseguiria sentir a velha sensação de poder tocá-la durante a madrugada. O mero conforto da certeza, o mero prazer da companhia. O dançar de pernas e mãos que entre os poucos metros ora nos afastava, ora aproximava. O calor da boca, estado familiar. Poder abrir os olhos, vê-la entregue. As mãos juntas servindo de descanso à minha alma. Aproximar, fazer de meus braços o contorno de sua cintura, o encontro entre os opostos de nossos corpos. Poder sentir sua nuca como alvo, mesmo que inconsciente, de minha boca. Sua roupa pouca, a pele, seus pêlos, tudo se transformando em guia de nossos desejos. Sentir seu rosto se aproximar e buscar guarida em meus braços, sentir o conforto, sentir seus cabelos no aproximar de meu rosto. Pensar