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Mostrando postagens de fevereiro 20, 2010

A poltrona ao lado

“Não é natural, porque há regras para beijar, há sentido no beijar, há civilização no beijar. Há pecado para tudo, mas ainda é natural pela preparação automática do corpo para a coabitação. É quase uma lembrança de alguma coisa, é quase uma tentativa de fugir, é quase um retorno” (M.P) As ruas mineiras eram o mais belo cenário em que a magia poderia se fazer acontecer. Luzes opacas, a proximidade do céu e uma abóbada desenhada como plano de fundo para uma ação digna das peças de Racine. Uma verdadeira beleza imaterial. Como esperei aquele momento, a perfeição, o jogo fiel entre a vida e a expectativa. Os sentidos aguçados são sinal de mudança, e eu em breve me tornaria um momento. Ali eu o esperava. Seu vulto começava a se formar entre as árvores, se aproximou de mim e como não me conhecesse lançou-se. Como foi diferente! Fui atirada contra a minha vontade à lama e de lá recuando era repelida e cruelmente me lançava aos seus braços. O momento torpe de quem pela primeira vez deixava de