Da janela

Saia em direção às escadas.

Desejava, sentia a necessidade. Aguardava o momento certo de se lançar ao chão e poder pela fresta enxergar o encontro. O roçar de peles, o suor, tudo lhe atiçava a curiosidade. Se obedecesse a quantidade de vezes que a mãe tinha lhe pedido para não subir, não compreenderia os motivos de sua sensibilidade aflorada.

O movimento era sempre por volta dos mesmos horário: pessoas diferentes, desejos iguais. Não que entendesse o que ali ocorria, tudo tornava apenas a vida um pouco mais interessante. De costume, chegavam acanhados, demoravam a passar pela porta e perguntavam se havia mais alguém na casa.

Não que fossem mentiras suas respostas, mas ela sempre conseguia fazer com que a situação fosse amenizada.

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